Por: Nito Costa
A historia mais uma vez se repete nos altares do catolicismo. Com a renuncia do Papa Bento XVI a Idade Moderna Contemporânea se depara com uma experiência histórica. O último Sumo Pontífice a renunciar foi Gregório XII, em 1415, já nos fins da Idade Media.
A possibilidade de renúncia de um Papa esta prevista no Código de Direito Canônico, porem a decisão de Bento XVI, sucessor de São Pedro, de abrir mão do comando da Igreja Católica, causou surpresa em fiéis e até mesmo na cúpula do Vaticano.
A atitude de Joseph Ratzinger (Bento XVI) coloca a igreja em uma situação de muita preocupação. Com a falta de imprensa nas renuncias Papais do passado as repercussões dos fatos não tinha relevância local e nem mundial, Já em nosso tempo contemporâneo a situação é outra e colocara a historia do catolicismo em um novo rumo.
Leia abaixo a carta renuncia Bento XVI:
Sou muito consciente que este ministério, por sua natureza espiritual, deve ser realizado não unicamente com obras e palavras, mas também e em não menor grau sofrendo e rezando. No entanto, no mundo de hoje, sujeito a rápidas transformações e sacudido por questões de grande relevo para a vida da fé, para conduzir a barca de São Pedro e anunciar o Evangelho, é necessário também o vigor tanto do corpo como do espírito, vigor que, nos últimos meses, diminuiu em mim de tal forma que eis de reconhecer minha incapacidade para exercer bem o ministério que me foi encomendado.
Por isso, sendo muito consciente da seriedade deste ato, com plena liberdade, declaro que renuncio ao Ministério de Bispo de Roma, sucessor de São Pedro, que me foi confiado por meio dos Cardeais em 19 de abril de 2005, de modo que, desde 28 de fevereiro de 2013, às 20 horas, a sede de Roma, a sede de São Pedro ficará vaga e deverá ser convocado, por meio de quem tem competências, o Conclave para a eleição do novo Sumo Pontífice. Queridísimos irmãos, lhes dou as graças de coração por todo o amor e o trabalho com que levastes junto a mim o peso de meu ministério, e peço perdão por todos os meus defeitos.
Agora, confiamos à Igreja o cuidado de seu Sumo Pastor, Nosso Senhor Jesus Cristo, e suplicamos a Maria, sua Mãe Santíssima, que assista com sua materna bondade os Cardeais a escolherem o novo Sumo Pontífice. Quanto ao que diz respeito a mim, também no futuro, gostaria de servir de todo coração à Santa Igreja de Deus com uma vida dedicada à oração”.
Outros papas que não terminaram o pontificado
Clemente 1º (92 - 101) Epifânio diz que Clemente entregou o pontificado ao Lino pela paz, e se tornou papa novamente após a morte de Cleto.
Ponciano (230-235) Renunciou após ser exilado nas minas de Sardenha, uma ilha no mar Mediterrâneo, durante a perseguição dos cristãos pelo imperador romano Maximino Trácio
Marcelino (296-304) Abdicou ou foi deposto após receber acusações de que teria feito oferendas a deuses pagãos para fugir da perseguição de Diocleciano.
Martinho 1º (649-655) Exilado pelo imperador bizantino Constante II
Bento 5º (964) Aceitou a deposição pelo Imperador Oto I depois de um mês no cargo
Bento 9º (1032-1045) Renunciou depois de vender o papado para Gregório VI
Gregório 6º (1045-1046) Deposto po simonia --por ter comprado o papado-- pelo Imperador Romano Henrique III
Celestino 5º (1294) Depois de cinco meses, foi pressionado por Benedicto Caetani a abdicar do posto. Mais tarde, foi canonizado
Gregório 12 (1406-1415) Renunciou a pedido do Conselho de Constança para ajudar a acabar com a Grande Cisma do Ocidente, período em que a igreja Católica teve dois papas
Bento 16 (2005 - 2013) O primeiro papa a renunciar em 600 anos
Fonte: National Catholic Reporter
Para ilustrar este fato histórico segue abaixo uma obra-prima da sétima arte o filme: Habemus Papam – dublado em português.
Sinopse:
Após a morte do Papa, o conclave do Vaticano se reúne para escolher seu sucessor. Após várias votações, enfim há um eleito. Os fiéis, amontoados na Praça de São Pedro, aguardam a primeira aparição do escolhido (Michel Piccoli), mas ele não vem a público por não suportar o peso da responsabilidade. Tentando resolver a crise, os demais cardeais resolvem chamar um psicanalista (Nanni Moretti) para tratar o novo Papa.