Neste terceiro final de semana de Abril ocorreu uma forte homenagem ao cantor e compositor baiano Raul Seixas, a comemoração era pelos 40 anos de lançamento de seu primeiro disco solo, “Krig-ha bandolo”. Destarte, lá estava os “raulseixistas” em pleno Vale do Anhangabaú, centro da cidade de São Paulo, pedindo: “Toca Raul”!
No entanto, em um determinado momento do show é chegada a hora dos agradecimentos aos patrocinadores do evento - o que faz parte do show. Um dos patrocinadores que, para nossa alegria, contribuiu foi o Banco do Brasil que, mesmo sendo Estatal é um Banco. Deixando de lado as “cores dos bancos”, não pude deixar de observar o momento em que a grande plateia, que tinha em media 16 mil pessoas, começou aplaudir os patrocinadores do show e, devo confessar, ver o fervor daqueles aplausos sendo direcionado ao um Banco me gerou momentos de muita confusão sistemática – mas continuei a aplaudir.
Lendo Emilia Viotti da Costa, obra: “Da senzala à colônia” pude entender a importância relativa dos Bancos em nossos dias, em certa altura do livro me surpreendi com a seguinte frase: “...a expansão relativa da rede bancaria veio facilitar a transição do trabalho escravo para o trabalho livre”. Segundo viotti, isto se da pelo fato de haver uma necessidade de remuneração do trabalho livre. É muito intrigante observar que o Capitalismo e seus Bancos são um dos facilitadores, dentre tantos outros, da “liberdade” contemporânea.
Com diversos discursos contra o sistema e suas “prisões” é interessante notar como a Historia nos leva para um paradoxo eterno de modo tão profundo que só nos resta dizer:
“Toca Raul”!
#Parabéns a todos pelo forte evento!
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